Como já foi referido num post anterior, o mito das largadas de lobos realizadas por "ambientalistas" encontra-se profundamente enraizado no actual meio rural português, sobretudo nas regiões com presença estável de lobo e nas áreas em início de processo de recolonização da espécie. Neste último caso, os populares não conseguem explicar o retorno repentino de lobos a uma zona onde "já não se viam há mais de 50 anos!". Consideramos que esta desinformação deve ser combatida a todo o custo e como tal plenamente merecedora de um segundo post.
O mapa apresentado (http://www.volkovi.si/) revela um exemplo extremo de dispersão de um jovem lobo macho esloveno equipado com colar GPS que, tendo percorrido mais de 800Km, partiu do seu país de origem, cruzou a Áustria e chegou a Itália, onde se encontra actualmente (os últimos dados apontam para a sua possível fixação e associação a uma fêmea). Este tipo de deslocações de grande amplitude podem explicar o regresso inesperado de lobos a uma região onde já não eram vistos há muito, confundindo os populares e motivando explicações variadas assentes no desconhecimento da biologia e ecologia da espécie.
Como o Slavc, lobos dispersantes portugueses ou espanhóis que abandonem a sua alcateia natal em busca de novos territórios para se estabelecer e reproduzir, podem ser a chave para a recuperação da Beira Raiana enquanto região lobeira. Para que estes fenómenos ocorram, é fundamental a existência de corredores ecológicos de qualidade que potenciem a conectividade desta região com núcleos lupinos mais estáveis.
Increible especie.
ResponderEliminarMuchas gracias por seguir informando y concienciando; claves fundamentales para la conservación del lobo
Bom dia Víctor. Obrigado pelo seu comentário e apoio.
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